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Archive for outubro \31\+00:00 2007

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Não que eu esteja em clima ruim, mas também não estou radiante. No momento, me identifico com a Capela dos Ossos, que certamente vale a pena ser visitada. Fica em Évora, Portugal. A capela foi construída por 3 monges no século XVII, e calcula-se que tenha em suas paredes a ossada de 5.000 pessoas, incluindo o esqueleto inteiro de um adulto e uma criança.  A idéia era lembrar a todos que a vida é passageira. Se pensarmos em todos os emails viva-a-vida-intensamente que recebemos todos os dias, a mensagem não é diferente. É pra lembrar que as coisas que acontecem aqui podem ser pequenas comparadas à toda a vida eterna que a crença prega, e para nos prepararmos, aproveitando esta vida ao máximo, porque ela um dia acaba. Enifm, esta é a minha leitura moderna da capela.

Para isso os ossos formam todas as paredes e os crânios enfileirados criam um tipo de decoração peculiar. Mais um detalhe interessante: Na entrada da capela lê-se os dizeres “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. (Pra quem não assistiu “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, eis a dica)

E se passarem por lá, não deixem de aproveitar a rota para conhecer os misteriosos Cromeleques de Almendre. Mas essa é uma outra história.

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O blog da N Real me atingiu com o esquema do Meme da página 161. Por falta de post, o aplico aqui.

O livro, já lido, que estava na cabeceira é “The picture of Dorian Gray”, de Oscar Wilde.

E a quinta frase completa é:

 “Fashion, by wich what is really fantastic becomes for a moment universal, and dandyism, wich, in its own way,  is an attempt to assert the absolute modernity of beauty, had, of course, their fascination for him.”

Obrigada Luiz, por ter sido o único a me dar suporte.

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Dangerous Liaison

levis-new-2007-collection.jpg

A Levi’s lançou mais um comercial digno de nota para a campanha da nova coleção 2007. O VT foi criado pela BBH de Londres e mostra a evolução da marca e da moda de uma maneira nada sutil mas, digamos assim, especial.  Ao som da musica “Strange Love” (Little Annie) escolheram o mais antigo e imutável ritual para ilustrar que as roupas, os acessórios, os cabelos, e tudo o que compõe esse “lado externo” da sociedade muda com o tempo.  Mas a essência do ser humano permanece. Lindo isso, não?

Para assistir ao vídeo, CLICA!  (O vídeo abrirá nesta janela)

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Pois é, odeio gente grossa. E odeio mais ainda quando a pessoa grossa está acima de você na hierarquia profissional. E, odeio ainda mais, quando ela é grossa por um motivo burro. Vamos lá, uma pequena aula, então:

Verbo achar: (kinghost) “Julgar, supor, considerar

                       (priberam – pt) “entender; julgar; supor”

Pois bem, ao dizer “Eu acho que chocolate é bom” eu não estou supondo ou arriscando um palpite, estou expressando a minha opinião. “Na minha opinião (segura e concreta), chocolate é bom.”

Claro que existem os achismos, a estratégia de justificar um erro dizendo que “eu disse que achava…não disse ter certeza”. E sei também que essa palavra pode passar insegurança, incerteza, etc. Mas nos apeguemos ao conteúdo, à frase, e não à palavra, por favor! O que me desanima é ter que ouvir, toda vez que expresso a minha opinião usando esse verbo, que “não tem que achar nada, tem que ter certeza”. Ca-ra-lho! Se quando alguém afirmar não gostar de chocolate, eu responder “tenho certeza que chocolate é bom”, estarei indo na linha do verbo “se achar” ( Dicionarioinformal >> “Aquele que se considera melhor que os outros” “Metido, ilusão de que é superior em algum aspecto”) E, sinceramente, acho que a humildade não tem preço. Acho também que trocar opiniões utilizando o verbo “conversar” é muito mais bem vindo. Mas muitas preferem lidar com o substantivo “estupidez”.

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Retrospectiva

deitada1.jpg

 

Já era noite quando ela chegou em casa. Tinha sido um dia cheio. Tirou seus óculos, soltou seus cabelos recém cortados, aliviou os pés, agora fora dos saltos, e deitou-se.

Permaneceu alguns minutos na sala, repensando seu dia. Lembrou-se do frio que sentiu ao sair de manhã, e do calor insuportável na hora do almoço. A comida não estava boa, e ela reparou em um senhor sentado sozinho, no mesmo restaurante, apenas encarando o prato, sem tocá-lo. Tomava uma cerveja. Na hora do almoço, e sozinho…devia estar triste. Podia ser por uma mulher que o havia magoado. Ou poderia estar triste por uma mulher que poderia tê-lo magoado, mas nem teve a chance. É a primeira coisa que a gente pensa; culpa do sexo oposto. Mas poderia também ter discutido com o filho na noite anterior. Ou era apenas saudade das filhas que estavam longe, morando com a mãe. Ou estava triste por um problema não necessariamente dele, mas da mãe. Não são só os pais que sofrem com os problemas dos filhos, os filhos também sofrem com os problemas dos pais. Pensou em sua mãe. Cogitou ligar pra ela, mas preferiu fazer um chá. Levantou-se e pôs a água pra ferver. Enquanto esperava, lembrou-se da raiva que sentiu de um rapaz quando voltava pra casa. O sinal ficou verde e ele não andou. Ela buzinou, o rapaz assustou-se e arrancou o carro. Ele deve ter se distraído por cerca de 7 segundos. 7 segundos! E ela buzinou. 7 segundos foram suficientes para irritá-la. Mas ela nem tinha pressa, não havia ninguém a esperá-la em sua casa. Talvez fosse isso. Ele poderia estar pensando na namorada, e se distraiu, não viu o sinal abrir. Ela não tinha em quem pensar, então buzinou.

Retirou a chaleira do fogo, preparou seu chá. Pensou de novo em telefonar pra mãe. Telefonou. Disse que tinha tido um dia normal e perguntou como havia sido o dela. Não que estivesse realmente interessada, mas sentiu que deveria perguntar. Ao final da conversa, pensou em dizer à mãe que a amava, mas achou que a mãe já sabia disso. Desligou o telefone satisfeita, e tomou um banho quente. Vestiu seu pijama e separou uma roupa para o dia seguinte. Provavelmente ao amanhecer estaria frio de novo. Deitou-se, pensou em algumas coisas que deveria ter terminado, mas não quis. Terminaria amanhã. Seus livros estavam ao lado de um porta retrato, e nele uma foto com seu cachorro. Na verdade o cachorro era da mãe. Arrependeu-se de não ter dito à mãe que a amava. Sentiu saudade do cachorro e adormeceu.

O despertador tocou. Já era amanhã. Espreguiçou-se. Pensou em não ir trabalhar, mas é claro que iria. Levantou, calçou seus chinelos, sentiu frio.

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